
Fotografias Organizadas, Memórias Preservadas
O podcast que o/a vai ajudar a colocar ordem nas suas fotografias.
O meu nome é Ana Pratas, sou fotógrafa de famílias, Mãe e a criadora da Oficina das Fotografias.
Neste podcast, com uma frequência quinzenal, partilho consigo informação, dicas e ideias para lhe ajudar a transformar o caos das suas fotografias numa colecção organizada, segura e acessível.
Fotografias Organizadas, Memórias Preservadas
28. O que fazer com os negativos da sua colecção de fotos antigas?
Neste episódio falo dos negativos que, com certeza, encontra na sua colecção de fotografias antigas.
Sendo o negativo a fonte original da fotografia, é importante preservá-los e neste episódio explico como o pode fazer.
Mencionado no episódio:
Ep. 14 - Como digitalizar as suas fotografias antigas
Onde pode adquirir capas para negativos: Digitfoto ou EstudioPT
Capítulos:
00:59 O que são os negativos?
05:46 Não deite fora os negativos
07:50 Digitalizar os negativos
11:34 Usar os smartphones para digitalizar fotografias ou não?
16:02 Aramazenamento dos negativos
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Viva! Seja bem-vinda ou bem-vindo ao"Fotografias Organizadas, Memórias Preservadas", o podcast que mergulha no mundo da organização e preservação de fotografias, nesta era digital e tecnologicamente desafiante. O meu nome é Ana Pratas, sou fotógrafa de famílias, mãe e a criadora da Oficina das Fotografias. E neste podcast partilho consigo informação, dicas e ideias para lhe ajudar a transformar o caos das suas fotografias numa coleção organizada, segura e acessível. Hoje vamos falar de negativos, que é algo que, com certeza encontra na sua coleção de fotografias antigas, que está misturado com as outras fotografias. Se tirava muitas fotografias especialmente dos anos 80, dos anos 90, com certeza vai encontrar negativos na sua coleção. Então hoje vamos falar um pouco sobre como lidar com eles, como preservar, como digitalizar. E, no fundo, o que fazer com os negativos. E vou começar então por explicar o que é são os negativos. O negativo é então gravado na película, que é o suporte que colocamos nas máquinas fotográficas, que colocávamos antigamente nas máquinas fotográficas de filme, e é onde vai ser captada então a imagem feita pela câmera. E chama-se negativo porque realmente A imagem é uma imagem invertida. Isto é, nas zonas que são menos expostas à luz, as zonas que são mais escuras no negativo, essas zonas vão aparecer mais claras. E aquelas zonas mais luminosas, que foram mais expostas à luz, aparecem então no negativo como zonas mais escuras. Então, para conseguir depois obter a fotografia, a fotografia real, a imagem real, é preciso então inverter essa imagem negativa numa imagem positiva, que é o que se fazia antigamente, quando se revelavam as fotografias era inverter esse negativo, no positivo e aquilo que nós recebíamos eram fotografias 10x15 impressas, que são o tal positivo dessa imagem. Mas na verdade, a captura original está no negativo e a fotografia é uma reprodução desse negativo. E existem vários tipos de negativo que diferem, vários tipos de película que diferem também no tamanho. E aquele mais comum, que com certeza vai encontrar muito na sua coleção de fotografias, são os antigos rolos de 35mm. Aquelas fotografias de 35mm que depois recebemos as fotografias típicas 10x15, conseguimos tirar 24 ou 36 fotografias. Mas também podemos encontrar outro tipo de rolos, outro tipo de película. E aqui entram os rolos, por exemplo, os rolos APS, que quer dizer Advanced Photo System ou algo parecido, que são os rolos um bocadinho mais pequenos e que foram introduzidos em meados dos anos 90, porque eram rolos mais fáceis de colocar na máquina, o processo era assim mais automático, era só colocar na máquina fechar e pronto, a máquina fazia o resto. Mas os frames, ou seja, o espaço que a imagem ocupa no filme era ligeiramente mais pequena do que num rolo 35mm. Num rolo 35mm a imagem ocupa 24mm por 36mm e nestes rolos APS é um bocadinho mais pequeno são 23,4mm por 17mm, menos coisa. E isto também tem uma equivalência no digital, hoje em dia as máquinas digitais, ouve-se falar em máquinas chamadas full frame, que quer dizer que estas máquinas são aquelas máquinas grandes, normalmente a SLR, ou agora há também as sem espelho. São máquinas full frame, quer dizer que tem um sensor do tamanho do negativo de 35 milímetros. Ou seja, o sensor vai ter o tamanho de 24 por 36 milímetros. E também existe outra gama de máquinas digitais que têm sensores APS ou APS-C. E este tem o formato destes tais rolos APS e o sensor é um bocadinho mais pequeno. Mas voltando aos negativos... Também pode encontrar outro tipo de negativos, por exemplo, existia também uns negativos mais pequeninos, que os chamados 110, os rolos de 110, que são um bocadinho mais raros, mas mesmo assim ainda existiam, que eram aquelas fotografias que eram tiradas em aquelas máquinas que parecem uns paralelopipedos, muito mais pequeninos, mais compactos. Então se encontraram estas tiras de filme mais pequeninas, vieram dessas máquinas que levam então os rolos 110mm. E aí a imagem vai ter 13mm por 17mm. Depois, por outro lado, existem também os rolos 120mm, que são os rolos maiores, os chamados filmes de película de médio formato, e aí a imagem pode ter 6 por 6 centímetros, um quadrado, que é um tamanho bastante grande. Produz imagens de grande qualidade e era um outro tipo de máquina, máquinas de médio formato que faziam estas fotografias. Depois ainda existem as câmaras de grande formato que produzem então imagens ainda maiores com uma outra qualidade, mas penso que isso já é realmente muito raro de encontrar esses negativos na sua coleção. A não ser que a coleção pertença a algum fotógrafo profissional e aí sim isso pode realmente acontecer. Ora bem, então acontece que os negativos são realmente aquilo que é o original, é a captura original da fotografia. E então convém preservar, fazer os possíveis para preservar esses negativos esses negativos. Pode se deparar com ele e pensar que lá porque não consegue ver imagem ou porque já tem as fotografias reproduzidas em papel, pode achar que realmente os negativos já não são precisos. Mas sendo este o suporte que tem a imagem original e vai ter mais informação, até que a própria impressão se os tiver, então, guarde porque pode precisar deles mais tarde. Pode guardá-los nem que seja só mais uma forma de criar uma cópia de segurança dessas imagens, mas também, caso queira digitalizar no futuro, os negativos são a melhor fonte para o fazer. É a partir do negativo que deve digitalizar as suas fotografias, se tiver os negativos obviamente. Os negativos vão ter muito mais informação e quando eu digo que o negativo tem mais informação, o que é eu quero dizer com isto? Quero dizer que o negativo tem uma maior capacidade de armazenar detalhe, de distinguir detalhe nas zonas muito claras e também nas zonas muito escuras, que nem sempre o papel... Consegue reproduzir isso no papel. Ainda mais se a fotografia em questão é uma fotografia que já foi impressa há bastante tempo e já tem alguma descoloração, então o negativo aqui ainda é mais importante para conseguir fazer uma digitalização de maior qualidade. Ou seja, o negativo vai ter uma maior riqueza de cor e também de tons do que uma fotografia impressa em papel. E para além disso em termos de resolução, em termos de Pixels do ficheiro que vamos obter, conseguimos obter um ficheiro de maior qualidade em termos de resolução, a partir do negativo do que da impressão feita na fotografia em papel. O negativo oferece um limite óptico bastante superior, então conseguimos obter um ficheiro maior, com mais pixels, que nos permite depois reproduzir a imagem em dimensões maiores se for esse, se for esse o caso. Por isso, se ainda não digitalizou a sua coleção, aconselho-o que o faça porque é uma forma muito boa de conseguir preservar a sua coleção e de conseguir partilhá-la, partilhar essas imagens e de as guardar muito facilmente. E existem realmente várias formas de poder digitalizar os seus negativos, e aqui vamos falar apenas dos negativos. Pode fazê-lo em casa, se tiver o equipamento, especialmente se tiver a disponibilidade e vontade para tal, ou então pode também contratar alguém que o faça por si. Se fizer em casa, se quiser digitalizar os seus negativos em casa, eu aconselho a usar uma de duas formas. Pode usar um scanner de mesa que tenha a capacidade de digitalizar transparências como negativos e slides. Ou então fazer a digitalização com uma câmara fotográfica. O que é que deve ter aqui em conta. A coisa a ter em conta é... A resolução. A resolução recomendada para digitalizar negativos e slides é de 4.000 pixels por polegada. Este é o dispositivo que vai usar, deve ter a capacidade de conseguir extrair e ler 4.000 pixels por polegada. Por isso, o scanner que utilizar deve permitir essa resolução. E se usar uma câmera fotográfica tem que usar uma câmera com um mínimo de 24 megapixels para negativos de 35 milímetros e... Aqui convém usar uma câmera com um sensor grande, de preferência full frame, para conseguir retirar todo o potencial da fotografia e assim reproduzir o negativo numa proporção de 1 para 1. Ou seja, se o sensor da fotográfica digital é do tamanho do negativo, então consegue ter aqui uma reprodução de 1 para 1 com a digitalização com câmera fotográfica. No episódio 14... Eu falo em maior detalhe sobre esta questão da resolução, sobre o equipamento que pode usar, quais as vantagens quais as desvantagens, porque também isto é algo que requer algum trabalho e requer algum conhecimento técnico e nesse episódio eu falo um bocadinho mais a fundo sobre isso. Outra alternativa é também poder É optar por contratar um profissional que o faça por si, enviando os negativos e aqui na oficina das fotografias temos esse serviço. Aqui utilizamos o método de digitalização com câmera fotográfica e... que nos permite digitalizar ter uma grande versatilidade naquilo que digitalizamos, podemos digitalizar negativos impressões, álbuns e todo o tipo de itens. Aquilo que nós fazemos é, para além da digitalização, em alta resolução, também fazemos a gestão dos metadados e trabalhamos na questão da organização dos ficheiros. Isto é, vamos também inserir a data correta na data do disparo, ou seja, em vez de ficar com a data da digitalização, ficar com a data de hoje, por exemplo vamos inserir a data em que a fotografia foi tirada, ou uma data aproximada, em que foi feita a fotografia, na data do ficheiro. E vamos também renomear os ficheiros conforme informação que nos fornecer, conforme evento de se tratar naquela fotografia. Então aquilo que vai receber são as fotografias em formato digital, organizadas por pastas por forma a replicar a organização que eventualmente já fez, com as datas corretas e nomeadas, então em conformidade com essa organização. E em vez de receber ficheiros com o nome imagem 01, imagem 02, imagem 03, com data da digitalização, não. Aquilo que vai receber são ficheiros renomeados, organizados em pastas e com a data do disparo corrigida para a data real, uma data aproximada. Existe uma outra forma de digitalizar os negativos, mas é uma forma com a qual eu não aconselho, mas que eu queria falar aqui, que é utilização dos smartphones. É possível, sim, digitalizar os negativos com o smartphone e existem apps que fazem a conversão de negativo para uma imagem positiva. E, assim, obter a fotografia. Mas isto vai ser muito limitativo em termos de qualidade porque os sensores dos smartphones são pequenos não vão conseguir reproduzir tão bem a tal gama dinâmica e a riqueza de cores do negativo, então vai ser uma versão muito limitada do original. E mais, para digitalizar o negativo O que é que precisa? Precisa também de usar uma fonte de luz controlada, ou seja, o negativo é uma transparência, vai ter que colocar uma fonte de luz por trás do negativo e captar a imagem cima do negativo. Então convém que essa fonte de luz, seja uma mesa de luz, por exemplo, seja uma luz bastante controlada. E isso depois com o smartphone e com o equipamento que temos em casa nem sempre é fácil de obter. No entanto, os smartphones e poder ver os negativos com os smartphones têm a sua utilidade e podem ser mesmo muito úteis para ajudar a ver o que é que contém o negativo. Porque nem sempre quando encontramos negativos na nossa coleção, conseguimos perceber de que fotografias é que se tratam, olhando apenas para o negativo. E também tentar perceber se vale a pena ou não digitalizar esse rolo, especialmente, se usar um scanner de mesa porque os scanners de mesa têm a desvantagem de digitalização ser bastante lenta. Então vai conseguir perceber que frames é que valem a pena digitalizar. E então os smartphones aqui ajudam-nos realmente a ver o que é que contém esse negativo. E existe uma forma também fácil de o fazer, até mesmo sem ter que recorrer a aplicações de terceiros. Porquê? Porque os smartphones todos têm um modo que se chama que é o modo de inversão de cor. Isto é, é o modo em que se configura nas definições em que todas as cores do ecrã são então invertidas. Isto existe para... Para pessoas com problemas de visão. Então melhora a legibilidade e a visibilidade do ecrã para essas pessoas. E então quando tem o telefone nesse modo. Nesse modo inversão de cor. Se tirar uma fotografia Vai ver essa fotografia com as cores invertidas. Então se fotografar um negativo neste modo. Vai poder então ver a imagem positiva E assim perceber melhor o que contém o negativo Então para fazer isso. Convém primeiro usar uma luz que seja clara e uniforme e aqui pode usar por exemplo o ecrã branco do seu computador ou do iPad, ligar com uma imagem branca por exemplo uma página da web vazia ou um editor de texto vazio que tenha a página branca. E atenção, isto serve perfeitamente Para este fim, para ver o que contém o negativo ou para digitalizar uma ou outra fotografia, não serve de todo para digitalizar uma coleção inteira com qualidade devida, com o objetivo de preservar esses ficheiros e de criar projetos, voltar a reproduzir essas fotografias. Então, para fazer isto tem que ativar este modo, então aí é só ir às definições, por exemplo no iPhone tem de ir às definições, clicar em acessibilidade, e depois aparece uma opção que se chama tamanho de texto e visualização. E depois aí vai-lhe aparecer uma coisa chamada inversão clássica e é isso que tem que ativar. Então depois de ativar esse modo vai ver que o ecrã se vai alterar, as cores vão-se alterar e quando tira fotografias essas fotografias estão invertidas então pode rever, visualizar os negativos com este modo. No Android é muito semelhante a ir então a definições também entrar em acessibilidade e E encontrar uma opção que se chama melhorias de visibilidade ou algo parecido. Em inglês é visibility enhancement. E encontrar então depois a opção e ativar a opção de inversão de cor. E aí então o Android vai então inverter todas as cores do telefone e vai conseguir poder ver então os seus negativos. Até agora falámos aqui um pouco sobre a preservação desses negativos, mencionando a digitalização. Digitalização sendo uma das maneiras em que podemos preservar esses negativos e as imagens que temos. Mas existe outra forma também que deve fazer, que tem a ver com o armazenamento, onde é que vamos armazenar e guardar esses negativos. Então, por exemplo se já digitalizou esses negativos, pode guardá-los e deve guardá-los, usando então um material adequado. Mas se, por exemplo, ainda não digitalizou o ideal mesmo é esses negativos estarem junto das fotografias e das próprias reproduções para saber Se a fotografia tem o negativo correspondente e por uma questão de logística e organização conseguem então digitalizar o negativo em vez de fazer uma digitalização da fotografia. Mas depois da coleção estar digitalizada, já não é assim tão importante os negativos estarem junto das fotografias e é uma questão... Mesmo de preferência pessoal ou de logística, consoante o material e caixas que tenha para guardar as suas fotografias. Elas podem estar perfeitamente separadas e estarem referenciadas de alguma maneira. Para guardar os negativos existem capas próprias para este fim, uma espécie de micas e são bastante fáceis de adquirir. Na descrição do episódio eu vou deixar alguns links onde pode adquirir este tipo de micas, que são micas próprias para negativos, onde pode pôr os vários frames cortados. Normalmente já vêm cortados do laboratório e é só enfiar e guardar nessas micas e até são mais fáceis de visualizar e de perceber o que é que lá está. Existem estas micas para negativos de médio formato e de 35mm. E aquilo que eu aconselho, claro, é quando organizar esses seus negativos, escrever na mica, na folha a data das fotografias informação relevante seja o evento, o local onde foram tiradas essas fotografias. Mesmo depois de digitalizar, há quem prefira mesmo descartar os negativos, mas eu confesso que me custa fazer e aconselhar isso, porque o negativo é realmente a fonte original da fotografia e prefiro aconselhar que os guarde e os mantenha a salvo porque são mais um backup, mais uma fonte daquela fotografia. Ora então, recapitulando este episódio, já sabe que se encontrar negativos no meio das suas fotografias antigas, no meio do seu espólio, já sabe que não deve deitá-los fora, deve sim guardá-los, preservá-los, porque são a captura original dessa imagem, é no negativo que consegue, através do negativo que consegue digitalizar um melhor ficheiro e conseguir a melhor imagem possível, a melhor reprodução possível dessa imagem. Então já sabe que deve também organizá-los, tal e qual como as fotografias e preservá-los. Eu espero que tenha gostado deste episódio. Se tiver alguma dúvida, alguma questão sobre isto dos negativos e de organizar as suas fotografias antigas, pode entrar em contato comigo em info@oficinadasfotografias.com. Vai ser um gosto de conversar e esclarecer qualquer dúvida que tenha. Partilhe o episódio nas redes sociais ou então envie àquela pessoa que acha que vai gostar ou que precisa de o ouvir. 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