Fotografias Organizadas, Memórias Preservadas

9. Em conversa com a Dri Photo Organizer

July 30, 2024 Ana Pratas Episode 9

Neste episódio recebo a Dri Photo Organizer para uma conversa sobre a a importância que as fotografias podem ter.

Falamos do percurso da Dri, como as suas fotografias de família a ajudaram num momento difícil da sua vida e como isso a inspirou para iniciar, mais tarde, uma carreira como Photo Organizer.

Ao longo do episódio a Dri oferece dicas valiosas para organizar e manter um acervo fotográfico.

E falamos também sobre a importância da preservação de fotografias e como, em momentos trágicos como o que aconteceu recentemente no rio Grande do Sul as fotograifas se tornam num dos bens mais valiosos para as famílias.

Mencionado no episódio:
Site da Dri
Instagram da Dri
Post “A câmera do seu celular virou um grande bloco de notas?”


Capítulos:
02:11 Percurso da Dri
08:09 O prazer em testemunhar o crescimento de uma família quando organiza fotografias
13:58 Como a Dri trabalha com clientes
17:01 A importância da curadoria
20:39 Dicas para organizar fotografias
28:08 Dicas para começar uma carreira na organização de fotografias
33:34 A catástrofe do Rio Grande do Sul e a importância das fotografias

Ligações:
Envie-nos uma mensagem
Organize todas as suas fotografias digitais - Curso online gratuito
A Oficina das Fotografias no Facebook
A Oficina das Fotografias no Instagram

Ana Pratas:

Viva! Seja bem-vinda ou bem-vindo ao "Fotografias Organizadas Memórias Preservadas", o podcast que mergulha no mundo da organização e preservação de fotografias nesta era digital e tecnologicamente desafiante. O meu nome é Ana Pratas, sou fotógrafa de famílias, mãe e a criadora da Oficina das Fotografias. E neste podcast partilho consigo informação, dicas e ideias para lhe ajudar a transformar o caos das suas fotografias numa coleção organizada, segura e acessível. Antes de iniciar mais um episódio deste podcast, queria apenas informar que o podcast vai estar de férias durante o mês de agosto. Assim durante o próximo mês de agosto não serão lançados novos episódios, mas estarei de regresso em setembro, mais concretamente no dia 3 de setembro, com mais um episódio e retomando então a frequência quinzenal já habitual. Relativamente então a este episódio, volto a receber aqui uma convidada, a Adriana, que é uma photo organizer no Brasil. A Adriana conta já com cerca de 6 anos de experiência como photo organizer, o que no mundo de organização de fotografia já é bastante tempo, sendo esta uma indústria tão recente. E ela é mais conhecida pela DRI Photo Organizer e pode segui-la no Instagram através de driphotoorganizer. Lembro que também nas notas do episódio vai encontrar lá os links para o site da Adriana e as redes sociais. E nesta conversa falamos sobre o percurso da Adriana, a importância que este trabalho na organização de fotografias tem, partilhamos também algumas dicas para organizar as suas fotografias e conversamos também, inevitavelmente sobre a catástrofe que aconteceu com as cheias do Rio Grande do Sul e como, na verdade, as fotografias têm uma importância especial nestas ocasiões. Eu espero que gostem de ouvir, pois nós adorámos este bocadinho a falar de algo que tanto gostamos. E assim e sem mais demoras aqui segue então a nossa conversa. Viva, olá Dri, muito obrigada por teres aceitado este convite para estar aqui no podcast. Vamos começar por falar um pouco sobre esta profissão de gestão de fotografias. Como é que tu começaste? Qual é o teu percurso, como é que tu descobriste...

Adriana:

Ana, primeiro obrigada pelo convite de estar participando do seu podcast. Eu acho que A gente tem que cada vez dar uma voz maior realmente à organização de fotos, porque a organização de fotos está se perdendo no dia a dia corrido das pessoas. Bem, eu comecei como foto organizer, na verdade ela foi um direcionamento que eu resolvi fazer no meu trabalho de organização digital. Lá em 19... Não, 2016... Lá em 2016, eu fiz um curso de organização digital com a Gabriela Brasil e fiquei encantada. Eu falei, gente, é uma oportunidade de negócio que a gente tem de organização digital que vai realmente ser necessário para todo mundo. Apesar da maior parte das pessoas não acreditar que precisa de organizar o seu ambiente digital. E aí eu segui na organização digital de uma forma genérica. Mas depois eu fui reconhecendo que realmente o que tava incomodando a grande maioria das pessoas era organizar suas fotos. Então eu resolvi eu falei gente tá aí um nicho de negócio que eu posso aproveitar

Ana Pratas:

Sim.

Adriana:

E começar a trabalhar basicamente com foto digital. Porque eu gosto do ambiente digital. Eu tenho uma facilidade em trabalhar com tecnologia Então eu resolvi escolher esse meu caminho para organizar as fotos. E também eu não posso deixar de mencionar, de reconhecer, que as fotos para mim fizeram um papel muito importante na minha vida. Eu passei por um processo de saúde muito complicado por uns dois anos da minha vida. E as fotos me resgataram pouco o que eu tinha da minha história, da minha família. Então mais do que nunca eu recorri às fotos para ter um pouquinho do calor Da emoção da família, do amor da família. E foi muito importante para eu restabelecer um pouco a trajetória da minha vida. Reconhecendo os fatos nas fotos. Então eu juntei uma paixão minha, pessoal, o reconhecimento da minha necessidade de cuidar das minhas fotos E também como ser uma ponte para ajudar as pessoas a lidar com o caos digital das fotos que elas têm.

Ana Pratas:

Sim, pelo que eu percebi, tu trabalhas mais realmente nessa parte, na vertente digital, então como é tu, ou seja, tu descobriste isto em 2016, 2017 e começaste logo a trabalhar, conseguiste logo clientes como é que foi, investiste em formação, como é que,

Adriana:

E não a gente não consegue

Ana Pratas:

logo,

Adriana:

né. A gente tem que batalhar por um espaço e insistir nesse espaço acho que se você acredita no trabalho que você tá fazendo e você coloca sua voz para fora, para passar sua mensagem para os clientes. Os potenciais clientes, no caso. Eles passam a reconhecer aquilo como uma necessidade deles também. Eles reconhecem a dor do que eu tinha vivido como uma dor deles. E logo eles reconhecem que eles precisam daquele serviço. Então, foi um trabalho assim, árduo no início, não é uma coisa mágica, inclusive porque aqui no Brasil poucas pessoas conhecem. Quer dizer, no mundo inteiro poucas conhecem o trabalho do Foto Organizer de fato, né?

Ana Pratas:

Sim, é uma coisa que ainda está a crescer eu também sinto o mesmo aqui em Portugal. As pessoas não sabem que isto é algo que podem ter ajuda neste

Adriana:

Exatamente, então eu me via muito nesse desbravando território aqui no Brasil. De levantar de fazer um buchicho maior sobre esse assunto. E, redes sociais, para mim sempre foi muito importante de me posicionar. Eu criei minha página, meu perfil do Instagram de Dri Photo Organizer. E ali eu comecei colocar um pouco dos meus sentimentos. Espelhando para o público o que eu queria atingir que eu gosto de trabalhar com famílias basicamente. Eu gosto de devolver as memórias de famílias para elas Minha paixão é um pouco mais essa coisa de trabalhar com grupos familiares

Ana Pratas:

Sim, que bom, que bom. Então, trabalhas há sete anos nesta área, não é? Já é

Adriana:

Eu foquei mesmo na foto 2018

Ana Pratas:

Ok, seis

Adriana:

eu estou partindo para o sexto ano. Estou há seis anos trabalhando com fotos digitais

Ana Pratas:

E há, assim... Algo que tu gostes mais em particular nesta profissão. Algum aspecto que é que tu gostas mais neste trabalho que tu fazes?

Adriana:

eu pego um projeto de organização grande... eu acho, assim, fantástico, até pra mim, né, que não tenho nada a ver com aquela dinâmica familiar. Quando eu começo a ver o desenvolvimento, o casal ficando noivo casando, a primeira gravidez, a segunda gravidez, as viagens, então você vai acompanhando a vida daquela família e vai, e só de organizar aquilo ali, de devolver essa sensação da cronologia, que ela perdeu nas fotos anteriormente, isso é muito gratificante. E como foto organizer, eu acho que é justamente isso que me deixa muito... Apaixonada pelo trabalho que eu faço. Por mais que seja muito trabalho, é justamente conseguir devolver essa linha do tempo para eles, e imagens né? As imagens, elas contam muitas histórias não são só histórias estáticas de uma imagem, de uma fotografia. Na hora que você acessa aquela fotografia, você está acessando as imagens, as emoções, desculpa, as emoções que envolveram aquele momento

Ana Pratas:

É, tens acesso às... Estás a ajudar a construir um legado àquela família, a construir a história daquela família com as suas fotografias e através do teu trabalho. Então neste trabalho, que serviços é que tu realmente tens? Pelo que eu percebi, é só que te focaste mais na parte do digital, não trabalhas tanto no analógico, é verdade, não é?

Adriana:

Bem, o analógico, as fotos impressas apesar de eu ter aprendido a organizar fotos impressas, elas não são a minha preferência. Preferência não, eu não trabalho com fotos impressas. Eu trabalhei com as minhas fotos impressas de família. Organizei elas, mas eu identifiquei que realmente não é uma área que eu tenho paixão em trabalhar

Ana Pratas:

Que gostes mais, sim,

Adriana:

Eu gosto mais de pegar as fotos digitais. E realmente desvendar o que está acontecendo ali. Porque normalmente quando eu recebo para organizar as fotos digitais, é um pouco daquela realidade que a gente sabe que acontece. São vários dispositivos, várias fotos repetidas, várias tentativas de organização que não se comunicam é você juntar tudo isso e começar a fazer o quebra-cabeça, encaixar as

Ana Pratas:

puzzle, é um puzzle que temos que resolver, eu adoro também essa parte, essa vertente de ter esse problema para resolver, de chegar a soluções, eu gosto muito também dessa

Adriana:

Exatamente.

Ana Pratas:

é muito giro.

Adriana:

Então, a parte inicial do projeto é muito interessante, porque você vai juntando

Ana Pratas:

É,

Adriana:

a pessoa te passou e aí você vai começando a criar uma lógica. E aí depois vai entrar uma parte mais assim, que toma um pouquinho mais de tempo, que é você fazer a limpeza das fotos né. Essa toma um pouco mais de tempo, mas o início puzzle, como você falou quebra-cabeça, ele é muito interessante da gente montar no projeto, eu gosto muito

Ana Pratas:

E...

Adriana:

eu trabalho com a organização, eu trabalho, eu faço também, eu dou cursos né? Muita gente não gosta de entregar a organização para um Photo Organizer, mas gostaria de aprender a organizar suas próprias fotos. Eu também ensino a metodologia que eu uso para organizar as fotos. Dou vida às fotos. Muitas vezes eu pego clientes que têm as suas fotos organizadas e, de repente, ela não consegue ter um distanciamento para selecionar as melhores fotos, porque quando a gente pega nossas fotos, todas são melhores. Então elas precisam de um distanciamento e aí elas me chamam também para ajudar no que eu chamo da curadoria das fotos

Ana Pratas:

sim.

Adriana:

Fazer a escolha das fotos para, num segundo momento, montar o álbum. Eu também monto álbuns digitais, álbuns analógicos. Eu gosto muito do álbum do papel, da fotografia que aí você coloca ali dentro, em cima do álbum. Eu faço também

Ana Pratas:

Também ofereces tipo de álbuns. Ok, esse tipo de álbuns em que imprimes as fotografias e depois colá-las e...

Adriana:

Eu ofereço os dois, eu faço o design dos álbuns digitais para quem quer imprimir o fotoalbum, o fotolivro. E também eu faço essa parte da curadoria e da impressão das fotos para colocar em álbum. Álbuns tradicionais como a gente tinha um tempo atrás.

Ana Pratas:

sim, sim. Então como é que se processa Imagina que alguém te quer contratar Como é que é esse processo. Como é que ela te envia as fotografias? Envia-te em discos por correio? É via cloud? Tens algum.... depende?

Adriana:

Eu digo que 95% dos meus clientes eu trabalho via... Via nuvem. Então, normalmente, eles disponibilizam. Vamos supor, aniversário, uma viagem. Me disponibilizam aquelas fotos em uma nuvem, que pode ser direto do telefone, me criando um link ou não. Ou então se ela já tem uma nuvem dela de preferência ela me disponibiliza aquela pasta, eu acesso a pasta, faço o download das fotos e começo a trabalhar em cima delas para montar o álbum, o projeto que ela quer. Mas normalmente o processo é via nuvem

Ana Pratas:

Via nuvem, ok, sim senhora. E tens assim, de curiosidade, assim a maior coleção com que já trabalhaste em número de fotografias. Tens assim alguma ideia, tens assim alguma que seja realmente impressionante

Adriana:

Eu tenho um trabalho... Eu estou com dois projetos bem grandes. É... Um, eu digo que é muito grande em matéria de dados, são 2 terabytes, e o outro em quantidade de fotos, eu tenho 200 mil fotos praticamente, e é interessante

Ana Pratas:

o 200 mil é o é o inicial ou é já sem as cópias, já já organizado

Adriana:

é 170 sem as cópias, entendeu? 170 mil, sem as cópias.

Ana Pratas:

é grande sim.

Adriana:

É justamente a união dos dois momentos das câmeras dos arquivos digitais. A câmera digital que a gente tinha um tempo atrás, as câmeras digitais profissionais. Aquelas pequenas, tipo cyber shot que a gente tinha da Sony. E, com a chegada do celular, que todo mundo passou a tirar foto do celular. Então eu estou agregando são fotos que estão vindo de 2003 eu tenho fotos digitais de 2003, os últimos 20 anos, de fotos. É uma família linda, com muitos eventos, então eu Eu vim e ela era muito apegada, né? Então ela fazia backup de tudo, então tinha muita foto repetida Então eu vim construindo, eu tô construindo. Terminando de construir essa linha de tempo. E assim, é uma quantidade enorme de fotos, dá um trabalho não só para mim, mas para a máquina também, o computador trabalhando com uma quantidade de dados absurda, mas é um projeto, acaba ficando um projeto gostoso de admirar

Ana Pratas:

É. Que bom. E assim, alguma tarefa, algum processo, em particular, que achas que não gostas tanto de fazer, que não te dê assim tanto prazer. Há alguma tarefa que menos gostas de fazer neste processo todo? Existe assim alguma coisa

Adriana:

E assim, é necessário, mal necessário, né? A parte da limpeza das fotografias é aquela que exige mais trabalho, eu acho que ainda não encontrei uma inteligência artificial que venha fazer isso de uma forma mais detalhada, né?

Ana Pratas:

Usas o Photosweeper? Não

Adriana:

Não, não, duplicadas isso é muito tranquilo da gente lidar né. Sabendo fazer a configuração direitinho, mas eu digo assim, a parte do montar o quebra-cabeça como a gente comentou, eu adoro fazer, mas a parte quando você... Chegue, vá fazer, limpar os ruídos das fotografias que eu digo, print de tela, fotos borradas, fotos

Ana Pratas:

escuras Sim

Adriana:

de comida que a pessoa não quer mais, a foto de roupa que ela tirou de uma vitrine, que ela gostou. Então, essa parte exige um investimento de tempo grande da gente. E até comentando sobre isso, eu fiz até um post outro dia no meu Instagram, comentando sobre que o celular virou um grande bloco de notas para as pessoas

Ana Pratas:

São os registos de conveniência aquilo que eu costumo dizer, fotografias de conveniência

Adriana:

Então, cada vez mais você tem muita coisa para limpar, não é só um print de tela, são fotos, é mercado, é uma coisa que eu acho que é bonita na rua, é uma referência de uma decoração, é uma receita de um bolo, de um prato. Então assim, são N coisas e as fotos mesmo, elas se reduzem a 10%, então tem que limpar esses... 90% de ruído muitas vezes é muito cansativo, mas não tem jeito, a gente tem que fazer porque a gente quer entregar o acervo organizado para o

Ana Pratas:

realmente interessa. É.

Adriana:

Que são as fotos de família, fotos de amigos, viagens

Ana Pratas:

É isso. É as capturas de ecrã. Embora existam alguns truques que se possa fazer É Ir fazer por inspeção visual e ver o é é, o que é que não é. Acaba por ter de ser um processo um bocadinho mais moroso. Mas também acho que é fundamental para conseguir ter um arquivo bem curado das fotografias que interessam para a família. São aquelas que vão perdurar por gerações. Ninguém quer saber o que é que comemos numa segunda-feira de manhã.

Adriana:

Exatamente, ninguém precisa saber se é café da manhã da semana inteira. Ninguém quer guardar isso por 20 anos

Ana Pratas:

Exatamente Então pegando nisto já é uma ótima dica para quem quer começar a organizar as suas próprias fotografias. É começar a separar essas, mas tens assim dicas para quem quer, então, atacar um projeto destes de organização de fotografias. O que é que dicas é que tens para

Adriana:

Eu acho que eu tenho duas dicas importantes. A primeira, a gente tem que criar um hábito. A gente precisa criar um hábito de limpar com uma certa consistência as nossas fotografias digitais, né. Porque é como a gente estava conversando, mal ou bem a gente tira muitas fotos de referência no bloco de notas como eu comentei aqui, a gente tira sequências de fotos muito parecidas e poucas, ou uma só, que vale a pena e a gente deixa as outras dez tomando conta do telefone. Então a gente precisa fazer essa limpeza com uma certa frequência e não precisa gastar muito tempo. Se a cada semana você pegar seu telefone cinco minutos e jogar fora o que você produziu de ruído no seu celular nos últimos dias, isso vai, ao longo prazo, vai criando um hábito muito saudável para as suas fotos. Então, assim, a limpeza é fundamental, não deixe acumular. Um pouquinho a cada dia vai resolvendo o problema. E a outra dica fundamental que eu também acredito... ter o backup. Muitas vezes, as pessoas consideram que a nuvem em que elas estão conectadas é um backup. E por falta de entendimento o que que é backup, o que é sincronização, muitas vezes elas deletam uma coisa do celular achando que tá na nuvem, que é um backup, que tá na nuvem e não. Como é uma nuvem via sincronização, ela apagou aqui no celular, ela apagou lá na nuvem também. Então essa confusão que ocorre com muita frequência, é um alerta que eu sempre faço com os meus clientes nas minhas redes sociais. Que é justamente importante a gente saber, onde a gente tem uma cópia exata do que a gente está fazendo. E se não tem, é possível providenciar sem muita dificuldade? Sim, é possível. Sem muita complicação, sem precisar organizar as fotos. Mas ter uma cópia é fundamental.

Ana Pratas:

Lidas mais com utilizadores de Apple ou Android e PC ou é igual a igual?

Adriana:

Eu, de telefone, eu posso dizer que, acredito que uns 70, 60, 70% são Apple, são iPhone, o

Ana Pratas:

Daí essa confusão, porque realmente o iCloud funciona com esse sistema de sincronização, esse perigo de se apagarem fotografias do

Adriana:

mas inclusive...

Ana Pratas:

iCloud.

Adriana:

Mas inclusive o Android também né. Se você tiver sincronizado com o seu Google fotos, você apagando no seu

Ana Pratas:

sim, apagando na aplicação do Google Fotos também estamos, sim, sim, sim,

Adriana:

é então assim apagou no telefone, apagou lá também. Então essa confusão da sincronização é que faz acaba fazendo muito estrago para as pessoas né. Eu já tive muito cliente que

Ana Pratas:

coisas funcionam

Adriana:

Eu já tive muito cliente que chegou para mim e falou assim, Adriana, estou desesperada, perdi foto, meu filho tem sete anos. Eu perdi quatro anos de fotos dele, não tenho mais foto. Eu sempre falo para a gente recuperar. Vamos ter uma paciência, vamos com calma, vamos investigar realmente se isso de fato ocorreu. E procurando os meios da fotografia digital, a gente descobre se ela perdeu de fato ou não Existe a possibilidade de perder? Existe e acontece muito Mas muitas vezes, por desconhecimento, ela na época tinha uma nuvem X conectada. E ela nem lembra mais que essa nuvem existia, então às vezes a gente consegue recuperar

Ana Pratas:

Uhum.

Adriana:

não, encontrar as fotos e devolver ao cliente. Então a informação das fotos digitais é muito importante da gente entender qual foi a dinâmica que ela atravessou pelos celulares, pelas câmeras digitais, se ela costumava guardar em HD, em pendrive, em outra nuvem. Então a gente precisa investigar isso direitinho para saber onde estão

Ana Pratas:

Sim, sem dúvida que essa questão de não confiar só na nuvem e só nos nossos telefones para guardar as fotografias pode... Pode dar azo a situações muito chatas e perder fotografias. Estavas há bocado a falar também dos tais registos de conveniência que fazemos de ter que limpar isso tudo. Também há uma dica pode ser útil, que é tentar separar logo à partida onde é que guardamos esse tipo de fotografias e evitar misturá-las dentro do nosso... Com a nossa biblioteca, que é usar, por exemplo a aplicação das notas quer seja as notas do iPhone, quer seja uma aplicação do Android, o Google Keep, por exemplo. É tirar essas fotografias, fazer esses registros diretamente nas notas e guardá-las aí. Porque abrindo uma nota, tirando a fotografia, a nota também se torna pesquisável, muito mais facilmente. Também podemos pôr mais informação e até ler também o conteúdo da fotografia, eu que na pesquisa também funciona, e podemos protegê-las com password também. Se forem documentos podemos protegê-las com password nas notas e, à partida, também conseguimos separá-las, também é uma dica muito boa para quem vai fazer esse tipo, precisa fazer esse tipo de registos, fazê-lo logo à partida e não as guardar na biblioteca, mas sim nas notas.

Adriana:

super importante mesmo.

Ana Pratas:

Ora, isto então é uma profissão. Não sei como é no Brasil está esta área da organização de fotografia. Vocês já são bastantes a trabalhar nesta área, ou nem por isso? Como é que está o panorama?

Adriana:

Ainda, a gente tem... De meu conhecimento, eu vejo umas seis pessoas que trabalham exclusivamente com isso. Eu vejo muitas personal organizers que trabalham em casa, que gostam de aprender também como organizar as fotos do cliente. Eu já dei aula para algumas. E é uma forma de oferecer um serviço... Que vai agregar a organização da cliente que ela está fazendo. Então são poucas as que trabalham exclusivamente com isso, né. É um mercado ainda muito em crescimento, né, não dá pra gente trabalhar só com isso, né.

Ana Pratas:

ainda menos, do meu conhecimento ainda menos. Então, para quem gostaria de começar a trabalhar nesta... Nesta área, tens algum conselho que possas dar? Para onde começar?

Adriana:

Eu acho que a organização de fotografias é muito ampla ainda mais depois que a gente entra na associação dos Photo Managers, a gente

Ana Pratas:

ainda não falámos aqui, mas só para dizer que a DRI também é certificada pelos photo managers, tal como eu, e foi através dos photo managers também que entrámos em contato

Adriana:

Exatamente, então quando eu comecei a trabalhar com os Photo Managers, eu vi a infinidade de caminhos que a gente tem para trabalhar com fotografias. Tem a parte genealógica, a parte de De fotos digitais, fotos impressas restauração, scanner, conversão de mídias. Existem N áreas possíveis para você trabalhar com organização de fotos. Então, o primeiro conselho que eu dou é: você encontrar realmente o que você se identifica, onde você tem mais especialidade de trabalhar. Eu gosto de trabalhar com conversão de mídias.Se especialize nisso. Entre, coloque a sua voz sobre a conversão a importância da conversão de mídias.

Ana Pratas:

Uhum.

Adriana:

Então, eu acho que criar uma... E se aprofundar nela é fundamental. É por isso que eu escolhi a área de digital. Resolvi me aprofundar na área do digital. Divulgar muito o trabalho. Outra receita que a gente tem que falar que é necessária. A gente tem que divulgar o trabalho. Falar sobre o trabalho. Repetir. Dar dicas. Mostrar quais são as dificuldades. Quais são os benefícios, a gente tem que falar muito sobre o nosso trabalho, justamente porque ele é pouco conhecido e as pessoas precisam entender melhor o que a gente faz, né, porque ainda é muito abstrato quando a gente fala que a gente trabalha com organização de fotografias, muitas pessoas ficam, organização de fotografias,

Ana Pratas:

assim? Sim, mas depois quando explicamos, a reação é, ok, eu preciso disto

Adriana:

Eu falo eu gosto de brincar assim com uma frase todo mundo precisa de um foto organizer, só não sabe disso .Ainda.

Ana Pratas:

Exatamente, é um bocado isso.

Adriana:

E só não sabe disso né. Todo mundo "não eu tenho minhas fotos organizadas". Aí quando vai é mais a fundo"meu Deus, eu tô perdido, não tenho nada não tem nada então eu sempre brinco que a frase é essa "todo mundo precisa de um foto organizer, só não sabe disso ainda" né. Então divulga sempre o seu trabalho Outra coisa que eu achei fundamental, tanto com a Photo Managers, como de uma forma informal, com outras Photo Organizers, como eu tenho meu grupo de alunas que já passaram pelas aulas comigo, a gente também tem um grupinho informal que tem troca de informação. Ah, eu estou precisando de uma empresa que faça isso. Ah, eu moro na cidade tal. Então, essa conexão, a troca com as fotos... Outros foto-organizers é muito importante também. Eu gosto muito, por exemplo, de quando a gente começou a conversar. É bom a gente trocar com nossos pares. A gente tem outras foto-organizers aqui no Brasil também que a gente volta e meia está em contato. Então eu acho que a gente se se juntar a quem trabalha com isso é muito importante. E a gente vê isso muito forte na Photo Managers Que

Ana Pratas:

mesmo.

Adriana:

muito enriquecedor o conteúdo, a quantidade de conteúdo. O companheirismo que você tem ali na Photo Managers. Como eu nunca imaginei que teria É

Ana Pratas:

também eu venho do mundo da fotografia, sou fotógrafa também. Existe bastante entreajuda entre nós fotógrafos de família, que é a minha área, existe bastante também colaboração e entreajuda, mas não existe assim uma associação como Mas os Photo Managers superou as minhas expectativas. E nesse aspecto acho que é uma associação bastante bem organizada e acho que aquilo cresceu de uma maneira também muito orgânica, muito natural. E a pessoa que está à frente também é uma pessoa competente, por isso também ajuda. E, realmente, há vários grupos internacionais. Há o grupo, suponho que estás no grupo da América do Sul, eu estou no grupo da Europa e, com frequência reunimos e falamos e trocamos ideias e é realmente um grupo de pessoas muito bom também com quem eu gosto de conversar. Agora, pegando nesta questão também que é... A importância que este trabalho tem, e falando de algo que não chegámos a falar, mas queria tocar um bocadinho, que é o que aconteceu e o que está a acontecer aí no Rio Grande do Sul, dessa tragédia e realmente a importância que eu já tenho visto alguns stories no Instagram, da importância que as fotografias têm e o facto de também... Das pessoas, não é? Perdem essas memórias e as coisas que têm acontecido, que queres falar um bocadinho sobre isto e sobre a importância então não é que este trabalho tem mesmo nestas situações de preservarmos as nossas fotografias, em caso de algo deste género que possa acontecer.

Adriana:

Sim, é muito triste, né. E eu acho que essas horas as pessoas, elas realmente elas procuram algumas fotografias que, para gerar um pouco do calor, do acalento ao coração diante de tanta tragédia. Foi um pouco do que eu vivi na época da minha doença, que eu precisava da minha fotografia para me conectar um pouco mais ao sentimento de amor que existia ali nas fotografias. E infelizmente muitas pessoas perderam as suas fotografias impressas, as digitais provavelmente ela ainda tem alguma chance de estarem na nuvem. Mas assim, as impressas a gente vê algumas reportagens que realmente foram perdas assim enormes. A gente tem, inclusive, algumas iniciativas no próprio Rio Grande do Sul, que faculdades, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ela criou uma iniciativa para ajudar as pessoas a recuperar, como elas conseguem recuperar as fotos impressas limpar diante da

Ana Pratas:

todas molhadas, ficaram degradadas, mas que existe maneira de...

Adriana:

uma forma de limpar, que a gente não precisa necessariamente usar produtos químicos especializados. Mas eles passam essa orientação para as pessoas. Também teve a uma iniciativa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos que é lá no Rio Grande do sul para recuperar fotos e álbuns eles. Eu acho que eles estavam Ajudando as pessoas, porque muitas fotos, muitos álbuns ficaram totalmente na lama. Além da água, da enchente, teve a lama da terra, aquela sujeira toda. Então eles também se colocaram à disposição da comunidade para ajudar no que for possível, para recuperar essas memórias, né? Porque às vezes é a única memória que sobrou.

Ana Pratas:

Pois é, são as mesmas memórias e legados inteiros de famílias que podem desaparecer de repente e é muito triste e também realmente este trabalho ser importante. E nós continuarmos a falar e consciencializar as pessoas para proteger então essas suas memórias como puderem. Dri, olha, foi um gosto falar contigo gostei muito também da maneira como terminámos a conversa, se quiseres dizer mais alguma coisa ter mais algo a acrescentar se quiseres estar à vontade. Eu vou deixar, só para dizer que eu vou deixar nas notas do episódio os links para o site da Dri, para os contas do Instagram, também vou pôr o link para aquele post que te falaste sobre a questão de Fotografias de telemóvel se tornar um bloco de notas. Vou deixar esses links todos para quem quiser quem quiser ir visitar e se quiseres dizer assim mais alguma coisa algo mais.

Adriana:

Primeiro agradecer mais uma vez a oportunidade de estar aqui contigo

Ana Pratas:

a eu

Adriana:

que é interessante. É importante essa iniciativa que você criou, esse podcast, para falar sobre as fotos, a importância da organização de fotos, porque é realmente uma área muito pouco explorada muito pouco conhecida, mas de grande importância apesar de tão pouco conhecida. É importante também, acho que um recado já pegando um pouco até esse gancho do Rio Grande do Sul, que não são só nossas fotos digitais eu falo muito de foto digital porque é a minha especialidade. Mas quando você pega fotos do século passado, dos seus pais, dos seus avós, dos seus bisavós. E que você vê numa situação dessa Vale a pena também a gente pensar sobre a digitalização desse acervo. Então, a digitalização, ela garante, em parte, que você vai ter aquelas fotos salvas por muito tempo. Mas assim, da gente transformar o nosso acervo impresso em parte digital, não precisa ser 100%. Mas as fotos mais importantes, porque a gente conseguir ver foto da nossa mãe, do nosso avô, da nossa bisavó e assim por diante é muito gratificante e eu sinto muito

Ana Pratas:

e até conseguimos partilhá-las mais facilmente, não é? Conseguimos partilhá-las de maneira mais fácil, assim...

Adriana:

Exatamente, e eu sinto muito esse pessoal do Rio Grande do Sul que eles perderam os que perderam esses registros, que se possível essas universidades ajudem eles a recuperar essas memórias tão queridas.

Ana Pratas:

esperemos que sim

Adriana:

Mas obrigada aí pelo espaço para gente falar um pouquinho mais do nosso trabalho.

Ana Pratas:

a eu por teres aceitado o convite e pronto, vamos conversando ok?

Adriana:

Tá ótimo Ana. Até a próxima. Beijo tchau

Ana Pratas:

E assim foi então a conversa com a Dri, photo-organizer. Eu espero que tenha gostado, eu adorei conhecer melhor o trabalho da Adriana, de falar de fotografia e de todas as dicas que ela partilhou durante o episódio. Na verdade por nós, por nós as duas ficávamos ali várias horas a conversar sobre este tópico que tanto gostamos. Lembro que nas notas do episódio pode encontrar lá os links para o site e redes sociais da Adriana. E volto lembrar também mais uma vez que em agosto o podcast estará de férias e não serão lançados então novos episódios. Mas dia 3 de setembro cá estarei de regresso com um novo episódio. Entretanto não se esqueçam então de subscrever o podcast na sua plataforma de eleição seja o Apple Podcast, o Spotify ou outra para não perder então o lançamento dos novos episódios. E partilhe também o podcast com amigos que gostem de fotografar. Tenho a certeza que vão gostar de ouvir os vários episódios já lançados do podcast. E assim sendo então boas fotografias boas férias e voltamos a encontrarmos em setembro

People on this episode