Fotografias Organizadas, Memórias Preservadas

3. Metadados: o que são e como usar?

Ana Pratas Episode 3

Neste episódio explico o que são metadados e a sua importância para oferecer mais informação sobre as fotografias e organizar a sua colecção.
Explico como pode aceder aos metadados em dispositivos diferentes, assim como quais os campos de metadados mais relevantes e úteis no âmbito da fotografia pessoal e de família.
Para além disso, falo também sobre como é que a gestão de metadados é feita nas plataformas mais conhecidas como o Google Photos e Apple Photos.

Mencionado no episódio:
Metadata2go - ferramenta de metadados online
Adobe Bridge
Adobe Lightroom Classic
Mylio

Capítulos
0:00 Intro
00:31 Sobre este episódio
01:50 O que são metadados?
04:15 Como aceder e ler os metadados de uma fotografia?
05:58 Que informação guardar nos metadados?
12:23 Como é que as plataformas e programas fazem a gestão de metadados
16:19 Pontos mais importantes a reter

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Viva! Seja bem-vinda ou bem-vindo ao Fotografias Organizadas, Memórias Preservadas;, o podcast que mergulha no mundo da organização e preservação de fotografias nesta era digital e tecnologicamente desafiante. O meu nome é Ana Pratas, sou fotógrafa de famílias, mãe e a criadora da Oficina das Fotografias.

E, neste podcast, partilho consigo informação, dicas e ideias para lhe ajudar a transformar o caos das suas fotografias numa coleção organizada, segura e acessível. 


[00:00:31] Sobre este episódio
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Uma coisa fundamental na organização das fotografias nesta era digital tem a ver com a forma como armazenamos a informação sobre cada fotografia.

Pense, por exemplo, nas fotografias antigas e naquela satisfação que é pegar uma fotografia e querer saber mais sobre ela e virá-la ao contrário e perceber que no verso tem lá várias notas como: a data ou o local ou até quem é que está na fotografia. Informação essa que alguém teve a preocupação de registar porque achou que ia ser importante no futuro.

Ora, no digital essa informação tem o nome de metadados e é sobre eles que eu irei falar neste episódio. 

Vou começar por explicar o que são os metadados e para que servem. 

Depois passarei a falar como é que se pode aceder e ler esses metadados, como é que nós podemos fazer isso no nosso computador e no telefone e, em seguida, falo sobre que informação é que é mais relevante e útil de guardar nos metadados, no âmbito da fotografia pessoal e de família. E, finalmente, falarei também um pouco sobre como é que as plataformas mais utilizadas hoje em dia, como o Google Photos e o Apple Photos, fazem a gestão desses metadados.


[00:01:50] O que são metadados?
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Ora, começando então pelo início, o que é que é isto dos metadados?

Num ficheiro de fotografia, nós podemos considerar que temos dois tipos de informação: a informação que é fornecida pelos pixels, que é a fotografia em si, a fotografia propriamente dita; e depois temos toda a informação sobre a fotografia, que são os chamados metadados.

E são todos aqueles dados que vemos quando acedemos às propriedades do ficheiro, e vemos, por exemplo, a data em que foi feito o disparo, os parâmetros que foram usados quando se fez a fotografia, como a velocidade, que abertura foi usada. Podemos ter informação de direitos de autor, de localização, entre muitos outros.

E isto podemos fazer o paralelo deste tipo de dados àquilo que acontece com as fotografias impressas, mais antigas, e pensar nestes dados como aquela informação que encontramos por vezes no verso das fotografias. 

Eu pessoalmente adoro quando estou a ver uma fotografia mais antiga e virá-la ao contrário e perceber que lá estão algumas notas escritas, manuscritas, que nos dizem informação sobre o local, de quem é que está na fotografia e de quando é que a fotografia foi tirada.

Este tópico de gestão de metadados torna-se bastante importante por vários motivos. O primeiro é este que eu acabei de mencionar, que é dar contexto à fotografia e completar a história com mais informação, ou seja, lá está, por colocar a informação sobre onde é que foi tirada a fotografia e quando, em que ocasião, se foi durante um aniversário, durante o Natal, informação de quem é que está na fotografia ou até de quem é que a tirou.

E não há realmente limites sobre a quantidade de informação que podemos incluir. 

O segundo motivo é que nos ajuda a manter a coleção organizada. Por exemplo, através da data do disparo, podemos organizar a coleção com uma estrutura cronológica. 

E o terceiro é que também vai facilitar a pesquisa e nos vai ajudar a encontrar fotografias mais facilmente, recorrendo, por exemplo, à data ou ao local, através de coordenadas GPS que também estejam armazenadas, ou até usando outro tipo de pesquisa como recorrendo a texto que possa estar na descrição da fotografia ou palavra-chave, que são campos de metadados que podemos definir e ter essa informação guardada no próprio ficheiro.


[00:04:15] Como aceder e ler os metadados de uma fotografia?
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Então, como é que nós podemos aceder e ler estes dados?

Caso seja utilizador Windows, pode aceder aos metadados de uma fotografia, indo às propriedades do ficheiro, no explorador do Windows, e depois aceder ao separador detalhes. Aí vão-lhe aparecer todos os dados sobre a fotografia. 

Se for utilizador Mac, pode abrir a fotografia com o pré-visualização, que é a aplicação pré-definida para abrir as fotografias, clicar no ícone _*i*_, que lhe aparece na barra superior, E então aceder aí aos metadados e aparece aí uma data de informação sobre a fotografia.

Na aplicação de fotografias da Apple, estes dados estão acessíveis acedendo então às informações da fotografia. No iPhone, quando está a visualizar a fotografia, basta fazer o gesto de arrastar para cima e essa informação surge em baixo. 

O Google Fotos também é capaz de mostrar alguma dessa informação. 

Os metadados que são mostrados neste tipo de aplicações acabam por variar de aplicação para aplicação. Se quiser ver a totalidade dos metadados e tem curiosidade em perceber a quantidade de informação que é realmente armazenada num único ficheiro pode utilizar ferramentas como metadata2go.com - www.metadata2go.com - e pode fazer o upload de uma fotografia e ele vai-lhe devolver toda a informação de metadados que essa fotografia tem. 

Eu vou deixar também este link nas notas do episódio. 


[00:05:58] Que informação guardar nos metadados?
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Ora então, que tipo de informação é que nós podemos armazenar nos metadados? 

A quantidade de campos que existem de metadados é imensa, mas para o contexto que estou aqui a falar, que são as fotografias pessoais, as fotografias de família, só alguns desses campos é que são realmente relevantes e importantes.

Mesmo assim, alguns podem causar confusão e eu vou dar aqui alguns exemplos dos metadados que são mais úteis. 

Começando então pela data, este é logo um dos dados que causa alguma confusão, isto porque existem na verdade vários campos de data nos metadados com datas diferentes e que têm realmente significados diferentes. Mas na fotografia, a data que realmente interessa é a data do disparo e esta informação é automaticamente gravada pela câmera num campo que se chama _*DateTimeOriginal*_. E as aplicações que usamos e nos mostram a data de captura, é esse campo que estão a ler.

Por exemplo, se for utilizador do Windows e estiver a ver as suas fotografias no próprio explorador do Windows, essa data é visível no campo de data _*Tirada Em*_. 

No Mac encontrei essa data no campo de _*conteúdo criado*_. É também importante não confundir esta data de captura, que corresponde à data em que a fotografia foi verdadeiramente tirada, com a data de criação do ficheiro.

O que é que eu quero dizer com isto? Por exemplo, se alguém lhe enviar uma fotografia por e-mail ou através do Google Photos e a descarregar para o seu computador. Essa fotografia vai ter uma data de criação do ficheiro que é diferente da data de captura, da data em que foi tirada a fotografia.

A data de captura é a tal data original, que corresponde à data em que a fotografia foi tirada. Mas a data de criação do ficheiro vai corresponder à data em que o ficheiro foi criado no seu computador. É esta a diferença entre data de criação de ficheiro e data de captura e isto é realmente importante de perceber.

No entanto há casos em que a própria data de captura, a data que foi gravada pela câmara está errada e exemplos disso são por exemplo as fotografias digitalizadas. 

Isto porquê? Porque o dispositivo com que é feita a digitalização vai gravar, obviamente, a data em que foi feita a digitalização no tal campo de data de disparo. Então, nesses casos, convém fazer essa alteração e corrigir para a data correta ou aproximada em que a fotografia foi realmente tirada.

Outro tipo de informação que é bastante conveniente e que dá bastante jeito é a localização. Hoje em dia, os dispositivos têm, as nossas câmeras, os smartphones têm GPS integrado e gravam logo essa informação nas coordenadas GPS. No entanto, nem sempre foi assim e por isso nem todas as fotografias acabam por ter estas coordenadas.

Para essas podem então sempre acrescentar essa informação.

Passando agora por um tipo de informação mais descritivo, isto é, em que podemos usá-lo para descrever o que contém aquela fotografia. E aqui vou incluir o título, a descrição e as palavras-chave. E estes campos são úteis por duas razões. 

A primeira é porque contextualizam a fotografia, ajudam a completar a história da fotografia e dão-nos mais informação sobre ela.

E segundo, porque são campos que são pesquisáveis na grande parte dos programas de gestão de fotografias. 

Por exemplo, se fizer uma procura no seu computador, seja ele Windows ou Mac, as palavras-chave e a descrição dessas fotografias estão incluídas nesta pesquisa.

E então o que é que pode colocar nestes três campos? 

No título pode colocar algo mais geral, de que evento é que se trata, de que ocasião é que se trata aquela fotografia. E na descrição pode então colocar algo mais específico e até usar mais texto para contar algo importante ou um detalhe importante sobre a fotografia em questão.

E, nas palavras-chave, pode colocar termos como o local, o nome da cidade ou mesmo algo específico como, por exemplo, o nome de um hotel ou de um restaurante onde tirou essa fotografia. Pode também colocar o evento, se se tratar de uma ocasião especial. E pode também colocar o nome das pessoas e animais que estão na fotografia.

A ideia é pensar nas palavras-chave como termos que mais tarde pode utilizar para pesquisar as fotografias e então encontrá-las mais facilmente.

Para terminar aqui este conjunto de exemplos de metadados que podemos usar , para terminar aqui este conjunto de exemplos de metadados que podemos usar, vou falar um pouco sobre o reconhecimento facial e como é que a informação de rostos pode ser armazenada nos ficheiros. Quando esta informação é armazenada nos ficheiros, é guardada nos metadados do próprio ficheiro, aquilo que é definido são duas coisas.

Primeiro, é definida uma região da imagem onde se encontra o rosto. Isto é, imagine, por exemplo, que a fotografia é um mapa, e que tem coordenadas cuja unidade são os pixels. E então é definida uma região da fotografia, através dessas coordenadas, que determina que aí existe um rosto. Por exemplo, o rosto número 1, tem um identificador único. E depois há um nome a dar a esse rosto. Então ao rosto número 1 é atribuído o nome, o nome de, por exemplo, João. Assim, quando essa informação fica guardada nos próprios metadados do ficheiro, qualquer programa que vá aceder a esses metadados pode ler e mostrar essa informação corretamente.

No entanto, existem algumas questões relacionadas com a privacidade, e as plataformas online que usam ferramentas de inteligência artificial para fazer o reconhecimento facial, têm algumas restrições legais e então a informação não é guardada dessa maneira. 

Para além desta questão reconhecimento facial e da informação sobre os rostos, a verdade é que nem todos os programas e plataformas fazem uma gestão de metadados que permita que essa informação seja facilmente transferível de umas plataformas para outras. 


[00:12:23] Como é que as plataformas e programas fazem a gestão de metadados
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E é isso que eu vou explicar um pouco agora, é como é que as diferentes plataformas, as mais conhecidas, fazem então esta gestão de metadados. 

Começando então por falar do Google Photos. O Google Photos dá-nos acesso a alguns campos de metadados como: 

a descrição da fotografia; os rostos que a plataforma encontra através da inteligência artificial; dá-nos acesso à data em que a fotografia foi tirada; à câmara, a câmara que foi utilizada para fazer a fotografia; ao tamanho do ficheiro e também ao local, às coordenadas GPS. 

No entanto, destes dados só nos é possível editar e alterar a descrição; a data e o local. No entanto, só é possível alterar o local apenas quando este não foi adicionado pela própria câmera.

Ou seja, se o local já tivesse sido definido pela câmera, pela máquina fotográfica, nós já não conseguimos alterar. E estas alterações ficam guardadas apenas na base de dados da plataforma, na base de dados do Google Fotos e não são gravadas no próprio ficheiro. 

Por exemplo, se fizer alguma alteração como, por exemplo, corrigir a data e fizer o download dessa fotografia, essa alteração, essa correção não acompanha a fotografia. O ficheiro que está a transferir acaba por ter a informação do ficheiro original. 

Passando então a falar da aplicação de fotografias da Apple, do Apple Photos que nós temos acesso através do iPhone, ou do computador do Mac. Aqui, nós temos acesso a: Ao título da fotografia; à data; à câmara e os respectivos dados técnicos; à legenda, que é a descrição; temos acesso também às palavras-chave; aos rostos que aquela plataforma encontra e o local. E aqui a diferença é que, tirando os dados técnicos tirando a abertura a velocidade e o ISO, e esses dados técnicos, os parâmetros que foram utilizados para tirar a fotografia. De resto, podemos editar todos os campos e, dependendo da forma como exportamos a fotografia, é possível incluir essa informação que foi alterada e que foi ajustada e fazer com que essa informação acompanhe o próprio ficheiro. 

Para além destas duas aplicações, para além do Google Photos e do Apple Photos, existem outras soluções como, por exemplo, as ferramentas da Adobe. E falo aqui do Adobe Bridge, que é um programa gratuito, ou o Adobe Lightroom Classic. Esse sim, é pago através de uma subscrição. São um tipo de programa diferente.

São mais avançados, que permitem fazer uma gestão dos metadados mais completa e ter maior controlo de como é que essa informação é armazenada no próprio ficheiro. 

Para além destas, eu não queria deixar de falar do Mylio, que é uma aplicação que pessoalmente eu também uso e que tem como uma das suas bandeiras esta questão da gestão de metadados e de como é que nós podemos gerir toda essa informação sobre as fotografias e é uma aplicação que procura fazer toda esta gestão de forma bastante fácil e garantir a independência entre plataformas: que seja muito fácil retirar as fotografias e acompanhar com elas toda essa informação. É, no entanto, um programa ainda com alguns problemas, mais na questão do design e da interface, que há ali uns detalhes que eu não gosto muito, mas a verdade é que é um software muito rico em funcionalidades de organização, muito completo, e é gratuito se o instalar apenas no seu computador para, para experimentar. 

Também vou deixar os links destas aplicações nas notas do episódio caso queira experimentar


[00:16:19] Pontos mais importantes a reter 
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Para finalizar este episódio, e então em forma de resumo, queria recapitular aqui algumas coisas importantes. Queria recapitular aqui três coisas importantes a reter sobre os metadados. 

Primeiro é que os metadados é aquilo que permite, então, Saber mais sobre a fotografia e adicionar mais informação à fotografia. Podemos pensar nos metadados como sendo o equivalente às notas que vemos escritas no verso das fotografias antigas, nas fotografias impressas.

O segundo é que, entre os campos de metadados possíveis e que são imensos, um dos mais importantes é a data, e é este que pode causar alguma confusão.

E o importante aqui é perceber a distinção entre aquilo que é a data da criação do ficheiro e a data original em que a fotografia foi tirada, sendo esta a que realmente interessa.

E o terceiro ponto aqui importante é perceber que nem todas as plataformas, especialmente aquelas mais conhecidas, fazem uma gestão de metadados que garanta independência entre elas.

Isto é, ao adicionar alguma informação às fotografias, alguma informação extra ou fazer alguma correção de data, por exemplo, essa informação pode ficar registada na base de dados na plataforma, e não ser verdadeiramente embebida no próprio ficheiro.

Por isso se algum dia precisar de deixar de usar essa plataforma ou trocar por outra, fazer a transferência de toda essa informação pode ser um processo chato e complexo.

Ora, isto dos metadados é um tópico que rapidamente se pode tornar demasiado técnico e complexo.

Eu espero, no entanto, ter conseguido transmitir aqui as ideias de forma clara e que lhe ajude a perceber então como é que isto funciona e o quão importante é fazer uma gestão correta destes metadados, não é, por forma, então, a garantir que a informação que guarda sobre as suas fotografias fique verdadeiramente salvaguardada.

Eu espero que tenha gostado deste episódio. Lembro que nas notas do episódio vai encontrar todos os links para as ferramentas e plataformas que menciono. E caso tenha alguma dúvida, pode conversar diretamente comigo por mensagem privada, quer no Instagram ou no Facebook, na página Oficina das Fotografias.

Ou então, se preferir, pode também enviar-me um e-mail para info@oficinadasfotografias.com 


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